segunda-feira, 30 de junho de 2014

Direto de Belém...

Tive a oportunidade de morar juntos com os Freis que concluíram e estão concluindo o curso de filosofia e aprendi muito com a espiritualidade franciscana, orações, disponibilidade, serviço, testemunho dentre outros. Alguns deles agora começam o ano franciscano, cada um irá estudar uma língua em um pais especifico, Egito, Grécia e assim por diante, peço suas orações na intenção do bom desenvolvimento deste novo desafio dos Freis filósofos.


Belém, porta de ingresso da Igreja



Freis filósofos que acabaram de terminar a filosofia


Seminarista Victor
From Jerusalém.

Fotos do Santo Sepulcro

Não tenho palavras para descrever a emoção de poder entrar no Santo Sepulcro para poder rezar e estar bem pertinho fisicamente do local onde Jesus ressuscitou, lugar este que é venerado pelos cristãos do mundo inteiro.
Uma descrição completa se encontra no site da custodia da Terra Santa abaixo (pode ser lido em Espanhol, Inglês, Italiano, Frances): 

http://www.santosepulcro.custodia.org/

Seminarista Victor 
From Jerusalém.




















Vídeo


Santo Sepulcro: TIERRA SANTA


segunda-feira, 23 de junho de 2014

Reunião da Cúria Juvenil Nossa Senhora da Salete

Com a participação de Dom Jacinto Inácio Flach, Bispo Diocesano da diocese de Criciúma.

Bispo Diocesano - Diocese de Criciúma











A mortificação, escada para subir ao Céu

As verdades que Cristo pregou do alto da montanha continuam válidas para hoje: fora da Cruz não existe outra escada por onde subir ao Céu.
Embora seja contraditória, tem atraído muitas pessoas a ideia de um Cristianismo sem sofrimento, sem penitências nem mortificações. Não se fala mais da necessidade de renunciar a si mesmo e tomar a própria Cruz [1], embora tenha sido o próprio Cristo a sublinhar tal obrigação. Não se ostenta mais a figura de Jesus Crucificado nas paredes de construções e nem mesmo nas igrejas, como se a constante lembrança das dores de Cristo fosse penosa ou até perigosa para as pessoas.
É, de fato, um ditado bastante repetido: “Falar só de dor e sofrimento afasta as pessoas da Igreja”. Mas, onde está a caridade daqueles que calam tais temas apenas para manter o número de fiéis? É certo que o homem moderno não quer ouvir falar dessas coisas – antes, prefere que adociquem sua boca com o mel das novidades e dos prazeres. Mas a religião católica tem que ver com as vontades e preferências do mundo ou, antes, com a vontade e o reinado de Deus? A fé cristã tem que ver com o que o homem deseja ou com o que o homem verdadeiramente precisa?
Rebate-se: “Mas, o homem precisa sofrer?” Na verdade, a pergunta está mal colocada. Não é que o ser humano precise sofrer; é que ele precisa amar. E, novamente – afinal, sempre convém repetir –, neste mundo, não é possível que sejamos privados de sofrer simplesmente porque não podemos ser dispensados de amar. Não é que a religião cristã seja “masoquista” ou cultue a dor; é que foi esse o meio que Cristo escolheu para amar-nos e é também o meio pelo qual nós devemos amá-Lo. “Deus, que te criou sem ti, não te salvará sem ti” [2], diz Santo Agostinho. Não basta que o sangue de Cristo tenha sido derramado por todos; é preciso que aproveitemos de Sua eficácia, associando a nossa liberdade à ação da graça divina.
Neste tema, adverte o padre Garrigou-Lagrange, é preciso evitar dois extremos perigosos: o primeiro, menos comum, é o rigorismo jansenista, que apregoa a prática de árduas mortificações sem considerar a razão para isso, como que numa tentativa de alcançar o Céu por forças puramente humanas. Com isso, perde-se de vista “o espírito da mortificação cristã, que não é soberba, senão amor de Deus” [3].
O segundo erro a ser evitado parece dominar o mundo de hoje: trata-se do naturalismo prático. Com os argumentos já apresentados acima, essa tendência reduz a fé cristã a um bom mocismo, ignorando – ou fingindo ignorar – as consequências do pecado original sobre o gênero humano.
Nessa brincadeira perigosa, nem as palavras de Jesus contam mais. O Cristo que adverte para arrancarmos de nós os olhos e as mãos, se são para nós ocasião de queda, porque “é melhor perderes um de teus membros do que todo o corpo ir para o inferno” [4]; o Cristo que pede que ofereçamos a face esquerda a quem bater em nossa direita, que entreguemos o nosso manto a quem nos tirar a túnica, que andemos dois quilômetros, ao invés de um só [5]; o Cristo que alerta para não jejuarmos “de rosto triste como os hipócritas” [6], “só para serdes notados” [7], é solenemente ignorado pelos naturalistas, que preferem fundar para si uma nova religião: a de um deus leniente com o pecado, com a indolência e com a preguiça espiritual.
É preciso deixar muito claro que não é possível construir um “novo” caminho diferente do que indicou Jesus e do que trilharam os Santos. “Mirabilis Deus in sanctis suis”, diz a Vulgata: “Deus é maravilhoso nos Seus santos” [8]. E eles não passaram por outra via senão a da mortificação. Como se explica, por exemplo, que uma Santa Catarina de Sena tenha começado tão cedo a flagelar-se e a fazer jejuns rigorosos [9]? Que, defender a sua pureza São Francisco se tenha revolvido na neve, São Bento se tenha jogado num silvado e São Bernardo tenha mergulhado num tanque gelado?
A chave para todas essas penitências é o amor, que não pode ser vivido neste mundo sem que crucifiquemos a nossa carne. Santo Afonso de Ligório ensina que “ou a alma subjuga o corpo, ou o corpo escraviza a alma”. São Bernardo respondia aos que zombavam dos penitentes do seguinte modo: “Somos em verdade cruéis para com o nosso corpo, afligindo-o com penitências; porém mais cruéis sois vós contra o vosso, satisfazendo a seus apetites nesta vida, pois assim o condenais juntamente com a vossa alma a padecer infinitamente mais na eternidade”.
Por que não se fala mais dessas coisas em nossas igrejas? Porque, infelizmente, quase nenhum espaço foi preservado desse maldito naturalismo, que pretende “inventar a roda” moldando um Cristianismo sem Cruz.
Para viver, é necessário mortificar-se, morrer mesmo, como o grão de trigo de que fala o Evangelho [11]. As verdades que Cristo pregou do alto da montanha continuam válidas para hoje e, como diz Santa Rosa de Lima, “fora da Cruz não existe outra escada para subir ao Céu”.
Por Equipe Christo Nihil Praeponere
Referências
1.       Cf. Lc 9, 23
2.       Santo Agostinho, Sermão 169, 13 (PL 38, 923)
3.       Reginald Garrigou-Lagrange, Las Tres Edades de la Vida Interior, II, 2, 2. Arquivo em PDF, p. 166
4.       Mt 5, 30
5.       Cf. Mt 5, 39
6.       Mt 6, 16
7.       Mt 6, 1
8.       Sl 67, 36

10.   Cf. Jo 12, 24

terça-feira, 10 de junho de 2014

Visita ao Praesidium Nossa Senhora Aparecida

Visita realizada no dia 05/06/2014 ao Praesidium Nossa Senhora Aparecida. Lá encontramos legionários leais ao sistema da Legião e de grande punho de espiritualidade. 



O papel fundamental de Maria no Plano de Deus

O Plano de Deus é uma realidade que talvez deixe alguns desconcertados porque não sabem bem o que significa, como afeta na vida pessoal ou em que etapa desse plano se vive atualmente.
No contexto do mês de Maria, é muito oportuno falar sobre o papel fundamental que ela exerce nesse Plano, porque, como em tudo na vida cristã, conhecendo mais a Maria, somos conduzidos a um encontro mais profundo com Deus.
Qual é, então, o Plano de Deus?
Deus, por amor, criou o ser humano para que vivesse o amor e assim se realizasse plenamente no mundo de acordo com os seus desejos mais autênticos e profundos.
Criado livre, foi chamado a usar retamente esse dom para poder chegar finalmente a participar da comunhão eterna do Pai, com o Filho no Espírito Santo, na Santíssima Trindade. Vale a pena ler de novo o parágrafo anterior. Muitas palavras já são conhecidas por nós católicos.
Tão conhecidas que podemos ter nos acostumado com elas. Vale a pena ler com cuidado, como quem tira com um espanador o pó de uma louça antiga e valiosa que possui em casa. 

Maria meditava tudo no seu coração.

O que significa que Deus nos criou por amor?O que significa a liberdade que Ele nos deu? Como posso usar bem esse dom? Todas essas perguntas são muito boas de serem meditadas, rezadas frete ao Santíssimo. Com certeza Maria “meditava tudo no seu coração.” Mas a pergunta que talvez incomode mais seja essa: Porque não vivemos em comunhão com Deus? O Plano dele deu errado? O que aconteceu? São perguntas muito boas, porque se olhamos para o mundo de hoje, vemos tanta coisa errada que alguns podem pensar que Deus falhou.
No entanto, a resposta é que o ser humano, usando mal a sua liberdade, se afastou do Plano de Deus. Dizendo não ao seu criador no pecado original, trouxe para toda a criação uma catástrofe de dimensões incomensuráveis. O homem quis ser como Deus, mas sem Deus.
As consequências do pecado original se arrastam pelo mundo até hoje e se multiplicam com os nossos pecados pessoais.

A mulher da promessa
Mas Deus não abandona o homem. Já na queda original, Deus promete a reconciliação com o homem: «Inimizade porei entre ti (a serpente) e a mulher, e entre tua linhagem e a linhagem dela: Ela te pisará a cabeça enquanto tu lhe ferirás o calcanhar» (Gen 3,15).
Nessa passagem Deus revelava o núcleo de seu desígnio reconciliador, no qual uma Mulher aparecia intimamente associada pela maternidade Àquele que "derrotará o mal do pecado em sua própria raiz: 'esmagará a cabeça da serpente'”, como disse São João Paulo II.

A vocação de Maria
Sabemos que essa mulher prometida é Maria, pela qual nos veio o Reconciliador, Jesus, nosso Senhor. Cada um de nós possui um lugar no Plano de Deus. Dito de outra maneira, Deus tem algo pensado para cada um de nós. Ninguém foi criado “à toa”.

Criada para ser a Mãe do Criador, foi adornada com muitos dons particulares que a faziam apta para essa missão.

Fomos criados para contribuir com o Plano de Deus. Possuímos uma série de talentos, qualidades, aptidões que nos foram dadas por Deus para que com eles contribuamos para que seu Plano se realize. Essa é a missão de cada um e essa é também a maneira que cada um tem de ser realmente feliz nessa vida.
Isso pode ser dito também de Maria. Criada para ser a Mãe do Criador, foi adornada com muitos dons particulares que a faziam apta para essa missão, por exemplo que sua natureza seja preservada do pecado original, que ela seja Imaculada. Dessa maneira, cooperando com os dons que Deus colocou nela, chegada a plenitude dos tempos, Maria pode responder sim generosamente ao Anjo do Senhor e receber no seu ventre o Filho de Deus.

A Maternidade espiritual
Mas a vocação de Maria não terminou com o nascimento de Jesus. Sabemos que durante a sua infância, Ele era obediente aos seus pais, de quem recebia a educação, o carinho, o amor.
Depois de adulto, quando sai a pregar o Evangelho, com certeza Maria seguia acompanhando de perto tudo que acontecia com seu Filho. Prova disso é a sua presença na hora dramática da crucificação. Nesse momento especialmente doloroso para Jesus e para Maria acontece algo importante, inusitado.
Jesus explicita um nova característica na vocação de Maria. “Mulher, eis ai o teu filho” diz Jesus. A partir desse momento se torna claro outro aspecto da missão de Maria, a de ser nossa Mãe espiritual.
Somos realmente filhos de Maria. E ela, como nossa mãe, nos ajuda hoje a caminhar pelos caminhos do plano de Deus, ou seja, vivendo o amor.

Ela nos cuida e nos guia, porque muitas vezes ainda nos confundimos e não sabemos como viver a liberdade. Ela está sempre presente para com um abraço de mãe nos reconduzir até Jesus, o único que é o Caminho, a Verdade e a Vida.

Ir. João Antônio Johas Leão, 16 de Maio de 2014 às 08h03. Atualizada em 19 de Maio de 2014 às 08h58.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Visita ao Praesidium Porta do Céu

Visita realizada no dia 02/06/2014 às 15:30h ao Praesidium Porta do Céu do bairro Ana Maria. Lá encontramos legionários organizados e muito devotos de Nossa Senhora.









A fé mariana dos Papas


Embora o culto à bem-aventurada Virgem Maria esteja presente na Igreja desde os seus primórdios – afinal, como não honrar singularmente aquela mulher que o próprio Senhor escolheu para ser a Mãe de Seu único Filho? –, nos últimos anos, especialmente com as aparições extraordinárias de Nossa Senhora aos jovens Maximin Giraud e Mélanie Calvat, a Santa Bernadete Subirous, a Santa Catarina de Labouré, aos pastorinhos de Fátima e a tantas outras personagens verdadeiramente agraciadas por Deus, cresceu com mais força o amor do povo cristão a Maria Santíssima.
Os Papas dos últimos tempos são particularmente responsáveis por colocar no coração dos fiéis um respeito e devoção cada vez maiores à Virgem. Foi por iniciativa do bem-aventurado Pio IX, em 1854, que se passou a venerar publicamente Nossa Senhora sob o título da "Imaculada Conceição" e foi pela boca do venerável Papa Pio XII que se proclamou, em 1950, o dogma da Assunção de Maria aos céus. E isto só para citar os momentos marianos mais solenes dos últimos pontificados.
De fato, em não poucas ocasiões foi do Pontífice Romano que se ouviu o convite para a récita do Santo Rosário. Só da pena de Leão XIII saíram numerosas encíclicas, recordando ao povo cristão a importância da oração do Santo Terço para o combate contra o mal, a glorificação da Igreja e a santificação dos homens.
As cartas do Papa Pecci eram normalmente escritas dias antes do mês de outubro. Nelas, o Santo Padre lembrava que "o Rosário constitui a mais excelente forma de oração, e o meio mais eficaz para alcançar a vida eterna, visto como, além da excelência das suas orações, ele nos oferece uma sólida defesa da nossa fé e um sublime modelo de virtude, nos mistérios propostos à nossa contemplação". Aquela que parecia apenas mais uma prática piedosa era fervorosamente recomendada pelo próprio sucessor de São Pedro. Lia-se, nos documentos do vigário de Cristo na Terra, que, "entre as múltiplas formas de piedade para com Maria, a mais estimada e praticada é a, tão excelente, do santo Rosário".
Pedindo aos cristãos que rezassem o Terço também pela volta dos dissidentes à única Igreja de Cristo, Leão XIII negava que o amor a Maria Santíssima pudesse ser ponto de divisão entre aqueles que creem em Jesus. Ele estava convencido de que a unidade da Igreja dependia particularmente da convergência de todos os olhares no olhar da Mãe. "Maria será, escrevia o Pontífice, o feliz laço que, com a sua força, unirá todos aqueles que amam a Cristo, onde quer que estejam, formando deles um só povo de irmãos, prontos a obedecer, como a um pai comum, ao Vigário de Cristo na terra, o Pontífice Romano."
É inútil calar o nome de Nossa Senhora em nome de um mal-entendido ecumenismo, quando é justamente por Sua intercessão que todos poderão, como orava Jesus, ser um só redil, debaixo da autoridade de um só pastor. Foi ela quem, com o seu "sim" à vontade do Altíssimo, gerou a Igreja, Corpo místico de Cristo, e é também por ela que os verdadeiros cristãos serão gerados, até o fim dos tempos.
Foi também ela quem preparou para conduzir a Igreja universal um Pastor segundo o Seu Imaculado Coração – o bem-aventurado João Paulo II. Consagrado totalmente a Ela pelo método de São Luís Maria Grignion de Montfort, Wöjtyla nunca escondeu sua grande devoção a Nossa Senhora, chegando a defendê-la inúmeras vezes, com carinho de filho, das acusações dos Seus inimigos, que menosprezam o Seu protagonismo na história da salvação. João Paulo II estava convencido de que "tudo (...) em Maria deriva de Cristo e para Ele está orientado" e que"nunca se honra mais a Jesus Cristo do que quando se honra muito à Santíssima Virgem".
Com o propósito de colocar todo o mundo debaixo de Seu manto virginal, o mesmo João Paulo II – seguindo os passos de seu predecessor, o Papa Pio XII – consagrou toda a humanidade ao Imaculado Coração de Maria, em 1984, durante o Ano Santo da Redenção. "A força desta consagração permanece por todos os tempos e abrange todos os homens, os povos e as nações", disse o Papa na ocasião.
Ainda assim, o Papa Francisco, demonstrando sua ligação filial a Nossa Senhora, decidiu renovar-lhe a consagração de toda a humanidade. Ela acontecerá durante este fim de semana, em Roma, por ocasião de uma Jornada Mariana. No domingo, dia 13 de outubro, o Sumo Pontífice depositará, aos pés da imagem da Virgem de Fátima, "as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem", a fim de serem purificadas pelo sangue de Cristo e pela mãos de Maria Santíssima.
A insistência da Igreja e dos Papas em indicar aos seus filhos o colo da Mãe brota da firme convicção de que, como ensina São Luís de Montfort, Deus "não mudará de procedimento em todos os séculos": "Foi pela Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por Ela que deve reinar no mundo".

Por Equipe Christo Nihil Praeponere

A participação da fé de Maria Santíssima


Em um capítulo do excelente Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, São Luís de Montfort fala sobre os "maravilhosos efeitos desta devoção na alma que lhe é fiel". O santo francês enumera e explica as maravilhas que são operadas naquelas almas que, totalmente entregues a Nossa Senhora, cultivam esta devoção, esforçando-se por colocá-la em prática. Estes efeitos são percebidos, sobretudo, "na alma", já que a verdadeira devoção mariana é interior: "parte do espírito e do coração". 
O primeiro efeito do qual fala São Luís é o conhecimento e desprezo de si mesmo. De fato,quanto mais nos aproximamos de Deus, especialmente por meio da oração, mais conhecemos o quanto somos fracos, miseráveis e indignos. Nesta devoção, a luz do Espírito Santo revela ao homem o seu "fundo mau", a sua "corrupção e incapacidade para todo bem". Escreve São Luís: "Considerar-te-ás como um caracol, que tudo estraga com a sua baba, ou como um sapo, que tudo envenena com a sua peçonha, ou como uma serpente maliciosa, que só procura enganar".
Eis o verdadeiro caminho para chegar à humildade. Esta consiste em nada mais do que conhecer o que somos: "de barro somos feitos, (...) apenas somos pó" (Sl 102, 14). É, ao mesmo tempo, uma chave importante na luta contra o pecado: a desconfiança de nós mesmos. Quem confia demais em si mesmo, não duvidando das próprias disposições, dificilmente evitará as ocasiões de pecado e acabará por tornar-se presa fácil do demônio e de sua carne, tomada pela concupiscência. Ao contrário, quem conhece sua natureza decaída, sabendo de seu "fundo mau", evitará, resolutamente, o ócio, pelo qual advêm inúmeros maus pensamentos; a exposição a ambientes e ocasiões particulares de perigo; e as más companhias, "que corrompem os bons costumes" (1 Cor 15, 33).
O segundo efeito da verdadeira devoção é a participação da fé de Maria Santíssima. Quando aqueles que viveram de maneira virtuosa nesta vida partem à glória do Céu, já não precisam da fé, pois, entrando na plena posse de Deus, já contemplam face a face Aquele em que creram sem ter visto (cf. 1 Pd 1, 8). Com Maria, no entanto, aconteceu de modo diferente, diz São Luís: Deus preservou a sua fé, "a fim de conservá-la na Igreja militante para os Seus mais fiéis servos e servas". A fé de Maria é uma joia preciosa entesourada por Deus para a comunhão dos santos.
Aqueles que viverem fielmente esta devoção participarão da fé de Nossa Senhora: terão uma fé viva e animada de caridade – que fará a alma empreender todas as coisas pura e simplesmente por amor –, firme e inquebrantável – que não esmorece diante das dificuldades –, ativa e penetrante – capaz de perscrutar os mistérios do coração de Deus – , corajosa e reluzente – uma fé missionária que, tomada pelas graças de Deus por mediação de Maria, levará a outros a boa nova da salvação – e, por fim, uma fé pura, isto é, que não se preocupa "com o que é sensível e extraordinário".
Esta fé pura da qual fala São Luís é uma fé que escolhe "a melhor parte" (Lc 10, 42), por assim dizer. Com efeito, muitos escravos da Virgem permanecem na exterioridade desta devoção. "Se não experimentam prazer sensível nas suas práticas, julgam que já não fazem nada, desorientam-se, abandonam tudo, ou fazem as coisas precipitadamente", escreve o santo. Os verdadeiros devotos de Nossa Senhora, por outro lado, ainda que não sintam grandes coisas ou presenciem fatos extraordinários, permanecem em vigilância e oração. Eles têm consciência de que a vida aqui é um "vale de lágrimas", que Maria Santíssima não promete aos seus servos nenhuma felicidade plena neste mundo e que é preciso amar menos as consolações de Deus que o próprio Deus das consolações.
Aqueles que recorrem à bem-aventurada Virgem Maria com confiança granjeiam de nosso Senhor Jesus Cristo este precioso dom que é o de permanecer em contínua comunhão Consigo, com o desejo ardente de orar e falar-Lhe ao coração. Com a fé pura de Nossa Senhora, entregam-se à meditação e às coisas celestes não raras vezes sacrificando a própria vontade e oferecendo ao Senhor um sacrifício verdadeiramente agradável a Seus olhos.
Para mostrar a importância da pureza da fé, do não se preocupar "com o que é sensível e extraordinário", São Josemaría Escrivá responde à pergunta "Se não sinto vontade, não é autêntico?":
    

                                                                                                 Por Equipe Christo Nihil Praeponere