
No contexto do mês de Maria, é muito oportuno falar sobre o papel
fundamental que ela exerce nesse Plano, porque, como em tudo na vida cristã,
conhecendo mais a Maria, somos conduzidos a um encontro mais profundo com Deus.
Qual é, então, o Plano de Deus?
Deus, por amor, criou o ser humano para que vivesse o amor e assim se
realizasse plenamente no mundo de acordo com os seus desejos mais autênticos e
profundos.
Criado livre, foi chamado a usar retamente esse dom para poder chegar
finalmente a participar da comunhão eterna do Pai, com o Filho no Espírito
Santo, na Santíssima Trindade. Vale a pena ler de novo o parágrafo anterior.
Muitas palavras já são conhecidas por nós católicos.
Tão conhecidas que podemos ter nos acostumado com elas. Vale a pena ler
com cuidado, como quem tira com um espanador o pó de uma louça antiga e valiosa
que possui em casa.
Maria meditava tudo no seu coração.
O que significa que Deus nos criou por amor?O que significa a liberdade
que Ele nos deu? Como posso usar bem esse dom? Todas essas perguntas são muito
boas de serem meditadas, rezadas frete ao Santíssimo. Com certeza Maria
“meditava tudo no seu coração.” Mas a pergunta que talvez incomode mais seja
essa: Porque não vivemos em comunhão com Deus? O Plano dele deu errado? O que aconteceu?
São perguntas muito boas, porque se olhamos para o mundo de hoje, vemos tanta
coisa errada que alguns podem pensar que Deus falhou.
No entanto, a resposta é que o ser humano, usando mal a sua liberdade,
se afastou do Plano de Deus. Dizendo não ao seu criador no pecado original,
trouxe para toda a criação uma catástrofe de dimensões incomensuráveis. O homem
quis ser como Deus, mas sem Deus.
As consequências do pecado original se arrastam pelo mundo até hoje e se
multiplicam com os nossos pecados pessoais.
A mulher da promessa
Mas Deus não abandona o homem. Já na queda original, Deus promete a
reconciliação com o homem: «Inimizade porei entre ti (a serpente) e a mulher, e
entre tua linhagem e a linhagem dela: Ela te pisará a cabeça enquanto tu lhe ferirás
o calcanhar» (Gen 3,15).
Nessa passagem Deus revelava o núcleo de seu desígnio reconciliador, no
qual uma Mulher aparecia intimamente associada pela maternidade Àquele que
"derrotará o mal do pecado em sua própria raiz: 'esmagará a cabeça da
serpente'”, como disse São João Paulo II.
A vocação de Maria
Sabemos que essa mulher prometida é Maria, pela qual nos veio o
Reconciliador, Jesus, nosso Senhor. Cada um de nós possui um lugar no Plano de
Deus. Dito de outra maneira, Deus tem algo pensado para cada um de nós. Ninguém
foi criado “à toa”.
Criada para ser
a Mãe do Criador, foi adornada com muitos dons particulares que a faziam apta para essa missão.
Fomos criados para contribuir com o Plano de Deus. Possuímos uma série
de talentos, qualidades, aptidões que nos foram dadas por Deus para que com
eles contribuamos para que seu Plano se realize. Essa é a missão de cada um e
essa é também a maneira que cada um tem de ser realmente feliz nessa vida.
Isso pode ser dito também de Maria. Criada para ser a Mãe do Criador,
foi adornada com muitos dons particulares que a faziam apta para essa missão,
por exemplo que sua natureza seja preservada do pecado original, que ela seja
Imaculada. Dessa maneira, cooperando com os dons que Deus colocou nela, chegada
a plenitude dos tempos, Maria pode responder sim generosamente ao Anjo do
Senhor e receber no seu ventre o Filho de Deus.
A Maternidade espiritual
Mas a vocação de Maria não terminou com o nascimento de Jesus. Sabemos
que durante a sua infância, Ele era obediente aos seus pais, de quem recebia a
educação, o carinho, o amor.
Depois de adulto, quando sai a pregar o Evangelho, com certeza Maria
seguia acompanhando de perto tudo que acontecia com seu Filho. Prova disso é a
sua presença na hora dramática da crucificação. Nesse momento especialmente
doloroso para Jesus e para Maria acontece algo importante, inusitado.
Jesus explicita um nova característica na vocação de Maria. “Mulher, eis
ai o teu filho” diz Jesus. A partir desse momento se torna claro outro aspecto
da missão de Maria, a de ser nossa Mãe espiritual.
Somos realmente filhos de Maria. E ela, como nossa mãe, nos ajuda hoje a
caminhar pelos caminhos do plano de Deus, ou seja, vivendo o amor.
Ela nos cuida e nos guia, porque muitas vezes ainda nos confundimos e
não sabemos como viver a liberdade. Ela está sempre presente para com um abraço
de mãe nos reconduzir até Jesus, o único que é o Caminho, a Verdade e a Vida.
Ir. João Antônio Johas Leão, 16 de Maio de 2014 às 08h03. Atualizada em 19 de Maio de 2014 às 08h58.
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