Deus não deseja uma casa
construída pelo homem, mas quer a fidelidade à sua Palavra, ao seu desígnio.
Sejam guardiões dos dons de Deus! Infelizmente, em cada época da história,
existem Herodes que tramam desígnios de morte, destroem e deturpam o rosto do homem
e da mulher.
Sejamos guardiões da criação, do
desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não
deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso
mundo! Mas, para guardar, devemos também cuidar de nós mesmos. Lembremo-nos de
que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida; então guardar quer dizer vigiar
sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas
intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem. Não devemos ter
medo de bondade, ou mesmo de ternura.
Jamais nos esqueçamos que o
verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, deve
entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz; deve
olhar para o serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele,
abrir os braços para guardar todo o Povo de Deus e acolher, com afeto e
ternura, a humanidade inteira, especialmente os mais pobres, os mais fracos, os
mais pequeninos, aqueles que Mateus descreve no Juízo final sobre a caridade:
quem tem fome, sede, é estrangeiro, está nu, doente, na prisão.
Guardar a criação, cada homem e
cada mulher, com um olhar de ternura e amor, é abrir o horizonte da esperança,
é abrir um rasgo de luz no meio de tantas nuvens, é levar o calor da esperança!
Para nós cristãos, a esperança que levamos tem o horizonte de Deus que nos foi
aberto em Cristo, está fundada sobre a rocha que é Deus.
Papa Francisco