sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Preparação para o "Carnaval - Quaresma - Páscoa"


Ler na "Bíblia" as citações abaixo para entender melhor:

- Êxodo 12,1-28: Ritual da Páscoa antiga.
- Eclesiastes 9, 15ss: Louvor e alegria faz bem para todo homem.
- Provérbios 2,14-15: Deus reprova quem não tem "limites".




O carnaval é uma realidade. Na verdade, vivemos em um clima de festas todo o ano, apesar de oficialmente o carnaval ser de apenas 3 dias.
É certo, que todo o indivíduo sente necessidade de alegria. Sem ela, a existência se torna insuportável. A própria saúde física fica abalada.  

Diz na Bíblia:
a) no livro Eclesiastes (9, 15ss): "Por isso louvei a alegria, visto não haver nada de melhor para o homem (...) é isto que o acompanha no seu trabalho, durante os dias que Deus lhe outorgar debaixo do sol".
b) e o Senhor, nos Provérbios (2,14-15), lembra que há limites, pois são reprovados os "que se alegram por terem feito o mal e se regozijam na perversidade do vício, cujos caminhos são tortuosos e se extraviam por vias oblíquas".
Os festejos carnavalescos têm remota e obscura origem. Tanto assim que dependem de uma data móvel do calendário litúrgico. Antecedem sempre o início da Quaresma. Terminam ("quando terminam") com as cinzas da quarta-feira. E a Igreja, em seu ritual, recorda ao homem a fragilidade de sua condição: "Lembra-te, ó homem, que és pó e ao pó hás de tornar". 
O carnaval perde, aos poucos, seu sentido original de diversão simples do próprio povo. O cristão católico deve ter a coragem de avaliar o que ocorre na Cidade. Por vezes, assumem proporções de verdadeiras orgias coletivas, com crescente degradação dos padrões morais e agressão à dignidade humana. Aumentam os crimes, os atentados ao pudor, as violências e o excesso de álcool. Cresce o consumo das drogas, que geram os "dependentes", porque usaram abusivamente sua "independência". O carnaval constitui um desafio! Os excessos - e aí está o que há de condenável nesses festejos, pois de uma diversão inocente o carnaval passou a ser a festa da carne humana em profanação, devido à violência, uso de drogas e sexo banalizado.
O corpo humano tem uma dignidade inalienável. Não pode ser profanado pelo exibicionismo desregrado. Expor dessa maneira a beleza é atingir o próprio Deus, de onde emana tudo o que temos de positivo.
a) São Paulo nos ensina: "Fugi da fornicação. Todo pecado, que o homem comete, é exterior ao seu corpo; aquele, porém, que se entrega à fornicação, peca contra o próprio corpo"! Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo?" (1Cor 6,18-19). E o Apóstolo é incisivo:"Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá" (1Cor 3,17).
Todo católico deve compreender a necessidade da descontração na vida de um povo sofrido. Porém, deve entender também, que há "limites" e ultrapassá-los é cair na insensatez coletiva. 
O jovem católico não deve ter a ingenuidade de pretender reviver padrões de comportamento de um passado que não volta. Mas...o que fazer, então? É preciso refletir sobre as conseqüências que poderão advir. Há formas divertidas, nobres, simples e sadias de lazer. Elas irradiam a alegria autêntica que refaz as forças do corpo e aumenta as energias do espírito.
São inúmeros os motivos para que esse tipo de "diversão" não seja freqüentado pelos jovens que dizem ter Cristo como seu verdadeiro exemplo. A começar pelas músicas que serão tocadas e dançadas nesse tipo de festa, que certamente não levarão o jovem a uma proximidade ainda maior de Deus, pelo contrário, abrirão abismos de distância satisfazendo o ego, os desejos humanos e incitando comportamentos com conseqüências desastrosas.
Nesta época, os católicos, em especial os jovens, devem buscar retiros espirituais ou festejos carnavalescos promovidos por paróquias de sua cidade. Com certeza será um ambiente saudável, seguro, divertido e na presença de Deus.


É o tempo de preparação para a festa da Páscoa, a maior festa do Cristianismo. Um tempo em que devemos viver na reflexão e oração, tomando consciência dos compromissos que assumimos pelo nosso Batismo. Tempo de jejum, penitência, oração e conversão profunda.
A Quaresma começa na Quarta-feira de Cinzas, que sempre cai entre os dias 4 de fevereiro e 11 de março, e termina na quarta-feira da Semana Santa. A cor usada na Igreja é roxa. Abrange seis domingos. Na última semana toda a atenção é voltada para a Paixão de Cristo, desde sua entrada em Jerusalém (Domingo de Ramos) até a sua morte e sepultura.
São quarenta os dias da Quaresma, em sinal de lembrança pelos quarenta anos que o povo de Deus ficou andando no deserto em busca da terra prometida, os quarenta dias que Moisés ficou no Monte Sinai, e os quarenta dias em que Jesus também ficou no deserto em jejum e oração sendo tentado pelo diabo. É nesse período que a liturgia no Brasil promove a Campanha da Fraternidade, para valorizar mais ainda esse tempo litúrgico.



O Mistério Pascal é considerado o fato primordial da nossa fé e o centro de todas as celebrações litúrgicas cristãs. Cristo que morreu e ressuscitou para nos mostrar que o Reino de Deus pregado por Ele está presente e vivo entre nós.


A Páscoa cristã tem sua origem na festa judaica de mesmo nome. O Ritual da Páscoa judaica é apresentado no Livro do Êxodo (Ex 12,1-28). Esta é a festa mais importante do calendário judaico, o povo celebra o fato histórico de sua libertação da escravidão do Egito, liderada por Moisés que comandando o povo pelo Mar Vermelho e pelo deserto do Sinai. O evento Êxodo/Sinai compreende a libertação do Egito, a caminhada pelo deserto e a aliança no monte Sinai (sintetizado nos dez mandamentos dado a Moisés). De evento histórico se torna evento de Fé.
A passagem do Mar Vermelho foi lembrada como Páscoa (Páscoa=passagem) e ficou como um marco na história do povo hebreu. Nos anos seguintes ela sempre foi comemorada. Todo ano, na noite de lua cheia de primavera,  os hebreus celebravam a Páscoa com o sacrifício do cordeiro e o uso dos pães ázimos (sem fermento), conforme a ordem recebida por Moisés. Celebravam a Páscoa lembrando o passado, mas pensando no futuro, com esperança de uma nova libertação, última e definitiva.