A
Virgem Maria é o coração amoroso e orante da Igreja,
que
não se vê, mas tudo move.

Para
entender o carisma de Maria, nos voltamos para a vocação de
Teresinha do Menino Jesus. Tendo contato com a vocação de Paulo e
com a sua descrição dos carismas, ela teria desejado ser apóstolo,
sacerdote, mártir. Tais desejos a perturbavam constantemente, até
que ela fez uma descoberta: “o corpo de Cristo tem um coração,
que move todos os membros e sem o qual tudo pararia. E no auge de sua
alegria exclamou: ‘No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o
amor e assim serei tudo!’ O que descobriu Teresa naquele dia?
Descobriu a vocação de Maria. Ser, na Igreja, o coração que ama,
o coração que ninguém vê, mas que move tudo” (Idem,
p. 131).
A
importância de Nossa Senhora para a Igreja está justamente porque
ela é o coração daquela oração comum e perseverante (cf. At 1,
14), que ultrapassa aquele pequeno grupo dos apóstolos e discípulos.
Jesus tinha ligado o dom do Espírito Santo com a oração: “Ora,
se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos,
quanto mais o Pai do céu saberá dar o Espírito Santo aos que lhe
pedirem!” (Lc 11, 13). O Senhor ligou a vinda do Espírito com a
nossa oração, mas também e principalmente com a Sua oração: “E
eu pedirei ao Pai, e ele vos dará um outro Defensor” (Jo 14, 16a).
Através
desses textos da Sagrada Escritura, concluímos que a dimensão
pneumatológica (que diz respeito ao Espírito) na oração na Igreja
está sempre ligada a Cristo e à comunidade orante reunida com a
Virgem Maria. “A oração dos apóstolos, reunidos no Cenáculo com
Maria, é a primeira grande epiclese (invocação do Espírito), é a
inauguração da dimensão epiclética da Igreja, daquele ‘Vem,
Espírito Santo’ que continuará a ressoar na Igreja por todos os
séculos e que a liturgia irá antepor a todas as suas ações mais
importantes” (Idem,
p. 137).
Assim,
a Virgem Maria é o coração amoroso e orante da Igreja, que clama
pelo envio do Espírito Santo. Maria é o coração que ama, por isso
se faz presente em nossas comunidades, especialmente nos momentos de
oração e na liturgia. Unidos a Nossa Senhora, em comunhão com toda
a Igreja, rezemos confiantes e perseverantes, pedindo um novo batismo
no Espírito (cf. At 1, 5). A Igreja começou sua missão com a
comunidade reunida em perseverante oração com a Virgem Maria (cf.
At 1, 14) e do mesmo modo deve continuar, até a segunda vinda de
Cristo. Vem, Senhor Jesus! (cf. Ap 22, 20).

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