terça-feira, 19 de agosto de 2014

Conhecer Cristo, vocação primeira


Águas mais profundas

Falar de Jesus Cristo é sempre um prazer e um desafio. Prazer, porque enche nossos corações de alegria. É um desafio, pois, por mais que se fale, sempre estamos no começo. Ele é fonte, não é reservatório. De seu tesouro tiramos sempre coisas velhas e novas (Mt 13,52). Diante de um mês vocacional que se aproxima, começamos a nos preocupar com as vocações. A palavra de ordem deste ano vocacional são as palavras de Jesus: “duc in altum” – vamos para águas mais profundas. Ir às águas mais profundas tem muitos sentidos neste ano: É preciso ter mais coragem, empenho na vida cristã e ousadia. É preciso, sobretudo, ir mais longe no conhecimento de Cristo, pois assim podemos ter condições de saber onde lançar as redes.
É preciso conhecê-lo mais para saber onde Ele quer que estejamos, pois onde eu estiver aí estará também o meu servo (Jo 12,26). É lá onde Ele está que é o lugar de lançar as redes.

Vocação de conhecer Jesus

 A primeira vocação, aquela que fundamenta todas as outras, é o conhecimento de Jesus. Ele nos chama a estar com Ele, para adquirir sua ciência. Esta ciência divina é conhecê-lo e perceber a força de seu amor em nós: “Que Cristo habite pela fé nos vossos corações, a fim de que, arraigados e fundados no amor, possais compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios da plenitude de Deus” (Ef 3,17-19).
Sem esta vocação primeira, as outras já chegam mancando. Por isso somos convocados e entrar em profundidade na ciência do Redentor. Somente depois de ter experimentado quão suave é o Senhor é que podemos dar passos seguros. Esta experiência, nós a fazemos de tantos modos, mas é preciso criar em si um caminho sério e constante de busca que não se localiza nas sensibilidades dos bons momentos, mas num encontro profundo e bonito de nossa realidade com a dEle. Ter a ciência do Redentor é a escola onde Ele é o Mestre.
A primeira aula é saber fazer o silêncio interior onde Ele pode entrar, instruir-nos e falar ao coração (Os 2,14). Isso é bonito. Mesmo na confusão que nos cerca, há sempre um lugar silencioso dentro de nós onde podemos estar com Ele. Ali vamos formando nosso coração redentor para que seja igual ao dEle. Mesmo nas dificuldades espirituais, continua lentamente a nos instruir. Quer saber quando? Quando Ele passa a ser importante para você e você tem um fácil contato com Ele. E preciso saber vê-lo em si mesmo e encontrá-lo. Na pesca milagrosa, depois da Ressurreição, João identificou imediatamente: “É o Senhor” (Jo 21,7).

Amor sem medidas

 A partir deste momento, o resultado do conhecimento íntimo de Cristo, e do trabalho lento que realiza em nós, é que você e Ele se entenderão com muita facilidade. Tem segurança de seu amor e vê que a imagem dEle vai se formando em você de tal modo que as pessoas o identificam na sua pessoa. Sua capacidade de amar, torna-se a dEle. Amar sem medidas. Então você lançará redes em mares profundos e se arriscará com Ele.

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