Com o lema
inspirado na Carta de Paulo aos Gálatas 5,1: “É para a liberdade que Cristo nos
libertou”, e com o tema: “Fraternidade e Tráfico de pessoas”, a Igreja do
Brasil inicia a Campanha da Fraternidade 2014, buscando participar em plenitude
da vida que nos foi doada pela cruz de Cristo.
Este ano, diante
da triste realidade do tráfico humano, somos chamados a ações concretas, frente
a uma grande ferida presente na vida humana que priva milhões de pessoas da
liberdade e da vida.
O Papa
Francisco, em sua mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2014, afirmou: “A
Fraternidade é caminho para a paz”. Se a paz não for edificada sobre a
fraternidade, “não terá solidez e por qualquer motivo pode estar abalada e
romper”.
“É para a
liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1). No caminho da conversão,
vivenciado de forma mais profunda dentro do período litúrgico quaresmal somos
convidados a refletir sobre “as práticas de tráfico humano em suas várias
formas e denunciá-las como violação da dignidade e da liberdade humana,
mobilizando cristãos e pessoas de boa vontade para erradicar este mal com vista
ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus” (Objetivo Geral CF/2014). Eis a
grande convocação que nos é feita para que sejamos vigilantes em favor da vida.
A violência, o
abuso sexual, as injustiças, o tráfico humano, impedem que se faça algo para
“promover ações de prevenção e de resgate da cidadania das pessoas em situação
de tráfico” (Texto base CF/2014), desafiam-nos a lutarmos em favor da vida,
erradicando tudo o que possa desfigurar o ser humano criado “à imagem e
semelhança de Deus” (Gn 1,26). Se “a Fraternidade é caminho para a paz”, o
tráfico humano é um dos modos atuais de escravidão, o qual precisamos combater
porque “é para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1). A fraternidade,
aliada à justiça, erradicando toda forma de escravidão, será capaz de dar
fundamento sólido à paz.
Muitas são as
razões para que construamos a fraternidade. Percorrendo os caminhos da
fraternidade, vamos transformando uma cultura de morte em uma cultura de vida.
Mesmo se há alguma filosofia que afirma serem a violência e o ódio, as
tendências básicas do ser humano: “homo hominis Lupo”, não é assim que a
proposta da Campanha da Fraternidade vê o ser humano.
Vivendo a
fraternidade, seremos construtores de uma sociedade justa e fraterna, porque “é
para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1) e assim “não seremos tomados
pela globalização da indiferença que nos tirou a capacidade de chorar” (Papa
Francisco).
Celebrar a Quaresma
é reconhecer a presença de Deus em nossa caminhada: no trabalho, na luta, no
sofrimento e na dor do povo! A Quaresma é tempo forte de conversão, de mudança
interior, de graça e de salvação. Por meio do exercício da oração, do jejum e
da caridade, tornamo-nos mais abertos e disponíveis. Jesus
crucificado-ressuscitado nos confirma que o amor é mais forte que a morte.
O ser humano é
livre e, por conseguinte responsável pelas próprias ações. O mal que faz não é
culpa de Deus, pois “a ninguém Deus ordenou que fizesse o mal, a ninguém Deus
deu licença de pecar” (Eclo 15,21). Façamos escolhas certas construindo uma
sociedade justa e fraterna. Que Maria, mãe da vida, que protegeu e acompanhou o
Filho, da gestação à ressurreição, interceda por nós.
Padre Vilmar Moretti – Paróquia Nossa Senhora da
Salete, Bairro Próspera – Quaresma 2014!
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