segunda-feira, 10 de março de 2014

Liberdade com Fraternidade - Campanha da Fraternidade 2014

Com o lema inspirado na Carta de Paulo aos Gálatas 5,1: “É para a liberdade que Cristo nos libertou”, e com o tema: “Fraternidade e Tráfico de pessoas”, a Igreja do Brasil inicia a Campanha da Fraternidade 2014, buscando participar em plenitude da vida que nos foi doada pela cruz de Cristo.
Este ano, diante da triste realidade do tráfico humano, somos chamados a ações concretas, frente a uma grande ferida presente na vida humana que priva milhões de pessoas da liberdade e da vida.
O Papa Francisco, em sua mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2014, afirmou: “A Fraternidade é caminho para a paz”. Se a paz não for edificada sobre a fraternidade, “não terá solidez e por qualquer motivo pode estar abalada e romper”.
“É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1). No caminho da conversão, vivenciado de forma mais profunda dentro do período litúrgico quaresmal somos convidados a refletir sobre “as práticas de tráfico humano em suas várias formas e denunciá-las como violação da dignidade e da liberdade humana, mobilizando cristãos e pessoas de boa vontade para erradicar este mal com vista ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus” (Objetivo Geral CF/2014). Eis a grande convocação que nos é feita para que sejamos vigilantes em favor da vida.
A violência, o abuso sexual, as injustiças, o tráfico humano, impedem que se faça algo para “promover ações de prevenção e de resgate da cidadania das pessoas em situação de tráfico” (Texto base CF/2014), desafiam-nos a lutarmos em favor da vida, erradicando tudo o que possa desfigurar o ser humano criado “à imagem e semelhança de Deus” (Gn 1,26). Se “a Fraternidade é caminho para a paz”, o tráfico humano é um dos modos atuais de escravidão, o qual precisamos combater porque “é para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1). A fraternidade, aliada à justiça, erradicando toda forma de escravidão, será capaz de dar fundamento sólido à paz.
Muitas são as razões para que construamos a fraternidade. Percorrendo os caminhos da fraternidade, vamos transformando uma cultura de morte em uma cultura de vida. Mesmo se há alguma filosofia que afirma serem a violência e o ódio, as tendências básicas do ser humano: “homo hominis Lupo”, não é assim que a proposta da Campanha da Fraternidade vê o ser humano.
Vivendo a fraternidade, seremos construtores de uma sociedade justa e fraterna, porque “é para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1) e assim “não seremos tomados pela globalização da indiferença que nos tirou a capacidade de chorar” (Papa Francisco).
Celebrar a Quaresma é reconhecer a presença de Deus em nossa caminhada: no trabalho, na luta, no sofrimento e na dor do povo! A Quaresma é tempo forte de conversão, de mudança interior, de graça e de salvação. Por meio do exercício da oração, do jejum e da caridade, tornamo-nos mais abertos e disponíveis. Jesus crucificado-ressuscitado nos confirma que o amor é mais forte que a morte.
O ser humano é livre e, por conseguinte responsável pelas próprias ações. O mal que faz não é culpa de Deus, pois “a ninguém Deus ordenou que fizesse o mal, a ninguém Deus deu licença de pecar” (Eclo 15,21). Façamos escolhas certas construindo uma sociedade justa e fraterna. Que Maria, mãe da vida, que protegeu e acompanhou o Filho, da gestação à ressurreição, interceda por nós.


Padre Vilmar Moretti – Paróquia Nossa Senhora da Salete, Bairro Próspera – Quaresma 2014!

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